24 de fevereiro de 2011

A História da... Vela!





No início da história as velas não existiam como as conhecemos hoje. Por volta do ano 50.000 a.C. havia uma variação daquilo a que chamamos de velas, criada para funcionar como fonte de luz. Eram usados pratos ou cubas com gordura animal, tendo como pavio algumas fibras vegetais, apresentando uma diferença básica em relação às velas actuais, de parafina: a gordura que servia de base para a queima encontrava-se no estado líquido. Mesmo antes do ano 50.000 a.C. este tipo de fonte de luz era usada pelos homens, conforme as pinturas encontradas em algumas cavernas.

Há menções sobre velas nas escrituras bíblicas, datado do século X a.C. Um pouco mais recentemente, no ano 3.000 a.C., foram descobertas velas em forma de bastão no Egipto e na Grécia. Outras fontes de pesquisa afirmam que, na Grécia, as velas eram usadas em comemorações feitas a Ártemis, a deusa da caça, venerada no 6º dia de cada mês, e representavam o luar. Um fragmento de vela do século I d.C. foi encontrado em Avignon, França.

Na Idade Média as velas eram usadas em grandes salões, mosteiros e igrejas. Nesta época, quando a fabricação de velas se estabeleceu como um comércio, a gordura animal (sebo) era o material mais comummente usado. Infelizmente, este material não era uma boa opção devido ao fumo e ao odor desagradável que libertava. Outro ingrediente comum, a cera das colmeias de abelhas, nunca foi suficiente para atender a demanda.

Por muitos séculos as velas eram consideradas artigos de luxo na Europa. Elas eram feitas nas cidades, por artesãos, e eram compradas apenas por aqueles que podiam pagar um preço considerável. Feitas de cera ou sebo, estas velas eram depois colocadas em trabalhados castiçais de prata ou madeira. Mesmo sendo consideradas como artigos caros, o negócio das velas já despontava como uma indústria de futuro: numa lista de impostos parisiense, no ano de 1292, eram listados 71 fabricantes.

Em Inglaterra, os fabricantes de velas de cera eram considerados de melhor classe se comparados àqueles que fabricavam velas de sebo. O negócio tornou-se mais rentável porque as pessoas estavam aptas a pagar mais por uma vela de cera. Em 1462 os fabricantes ingleses de velas de sebo foram incorporados e o comércio de velas de gordura animal foi regulamentado.

No século XVI houve uma melhora no padrão de vida. Como passou a haver uma maior disponibilidade de castiçais e suportes para velas a preços mais acessíveis, estas passaram a ser vendidas por peso ou em grupos de oito, dez ou doze unidades.

As velas eram usadas também na iluminação de teatros. Nesta época elas eram colocadas atrás de frascos com água colorida, ou somente frascos pintados, com tons de azul ou âmbar. Apesar desta prática ser perigosa e cara para aquela época, as velas eram as únicas fontes de luz para ambientes internos.

A qualidade da luz emitida por uma vela depende do material usado no seu fabrico. Velas feitas com cera de colmeia de abelhas, por exemplo, produzem uma chama mais brilhante que as velas de sebo. Outro material, derivado do óleo encontrado no esperma de baleias passou a ser usado na época para aumentar o brilho das chamas. Devido a questões ambientais e ao desenvolvimento de novas tecnologias de iluminação, este elemento já não é usado.

Foram desenvolvidos trabalhos para o estudo do oxigénio apenas observando-se a chama de uma vela. Como exemplo temos relatos feitos pelo químico amador Josehp Priestley, em Agosto de 1774, que concluiu que, se a chama de uma vela se tornava mais forte e viva na presença de oxigénio puro, reacção semelhante deveria ser observada em pulmões adoentados quando estimulados com este mesmo oxigénio.

O século XIX trouxe a introdução da iluminação a gás e também o desenvolvimento da maquinaria destinada ao fabrico de velas, que passaram a estar disponíveis para os lares mais pobres. Para proteger a indústria, o governo inglês proibiu que as velas fossem fabricadas em casa sem a posse de uma licença especial. Em 1811, um químico francês chamado Michel Eugene Chevreul descobriu que o sebo não era uma substância única, mas sim uma composição de dois ácidos gordurosos combinados com glicerina para formar um material não-inflamável. Removendo a glicerina da mistura de sebo, Chevreul inventou uma nova substância chamada Esterina, que era mais dura que o sebo e queimava por mais tempo e com mais brilho. Essa descoberta impulsionou a melhora na qualidade das velas e também trouxe, em 1825, melhoras ao fabrico dos pavios, que, devido à estrutura da vela, deixaram de ser mechas de algodão para se tornar um pavio enrolado, como conhecemos hoje. Essa mudança fez com que a queima da vela se tornasse uniforme e completa ao contrário da queima desordenada, característica dos pavios de algodão.

Em 1830, teve início a exploração petrolífera e a parafina era um subproduto do petróleo. Por ser mais dura e menos gordurosa que o sebo, a parafina tornou-se o ingrediente base no fabrico de velas. Em 1854 a parafina e a esterina foram combinadas para fazer velas muito parecidas com as que usamos hoje.

Em 1921 foi criado o padrão internacional de velas, de acordo com a intensidade da emissão de luz gerada pela sua chama. O padrão tomava por base a comparação com a luminosidade emitida por lâmpadas incandescentes. Devido ao desenvolvimento de novas tecnologias de iluminação, este padrão já não é utilizado como referência nos dias de hoje.
A parafina sintética surgiu após a 2ª Guerra Mundial e a sua qualidade superior tornou-a o ingrediente principal de compostos de ceras e plásticos modernos.

Usada nos primórdios da sua existência como fonte de luz, a vela é usada hoje como artigo de decoração ou como acessório em cerimónias religiosas e comemorativas. Há vários tipos de velas, produzidas numa ampla variedade de cores, formas e tamanhos, mas, quando falamos em velas artesanais, referimo-nos àquelas feitas manualmente, onde é possível encontrar modelos pouco convencionais, usados para diferentes finalidades, tais como: decoração de interiores, purificação do ambiente, manipulação da energia com base nas suas cores, essências e etc.



Credits: http://www.anozero.com

3 comentários:

Anónimo disse...

Credo. Nem imagino quanto eles tinham que pagar para ter uma vela antigamente. E a gordura animal... bah!

"Outro material, derivado do óleo encontrado no esperma de baleias passou a ser usado na época para aumentar o brilho das chamas. " LOL.

Gostei de saber como passou o pavio de algodão ao actual.

Realmente é uma história interessante :)

Aprendem-se coisas engraçadas assim, eheh.

Vanessa disse...

Epá, tem umas coisas bem nojentinhas! xD

Mas gostei de saber a evolução, principalmente a cena do algodão.

Mas a parafina... isso só faz é mal! :s

Anónimo disse...

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